[REVIEW] Vale a pena logar para Arc Raiders?
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- 1 de dez.
- 5 min de leitura
01/12/2025 por Daniel Gomes

Desde seu lançamento, Arc Raiders vem chamando bastante atenção. Confesso que desde que tive acesso ao game, venho jogando quase todas as noites; solo, duplas ou em trios com amigos.
Não tive a oportunidade de testá-lo na fase beta, então tudo era novidade. Mas assumo que, das mais de 50 horas dedicadas ao game, já perdi vários equipamentos, fui aniquilado pelas máquinas durante algumas jogatinas e fui traído por outros jogadores antes de uma extração.
E entendi que isso está longe de ser algo ruim.

A última resistência
Em um futuro não tão distante, a humanidade enfrentou uma sucessão de eventos catastróficos que quase levaram à extinção de toda a vida na Terra. Essa era sombria, muito anterior ao momento atual do jogo, ficou marcada por fases distintas:
O Colapso: Uma sequência brutal de inundações, terremotos e incêndios varreu o
planeta, destruindo cidades inteiras e reduzindo civilizações a ruínas fumegantes.
O Êxodo: Enquanto a superfície se tornava inabitável, apenas os mais ricos e influentes conseguiram escapar do planeta, buscando refúgio no espaço e abandonando o restante
da humanidade à própria sorte.
O Alvorecer: Com o tempo, a Terra começou a se regenerar lentamente. Os poucos sobreviventes que permaneceram se organizaram em pequenas comunidades, reconstruindo o que podiam em meio aos escombros do velho mundo. Foi então que o inesperado aconteceu.
A Primeira Onda Máquinas colossais conhecidas como ARC começaram a cair do céu. Sem aviso, atacaram tudo o que fosse humano. A resistência improvisada dos sobreviventes deu origem aos primeiros Raiders, os pistoleiros do novo milênio, combatentes que ousavam enfrentar a ameaça.
No início, as ARC eram mais simples e previsíveis, permitindo que a humanidade
montasse uma rede defensiva eficiente. Por um breve momento, parecia que a guerra poderia ser vencida. Mas o pior ainda estava por vir.
A Segunda Onda As máquinas evoluíram, voltando cada vez mais modernas, mais inteligentes e infinitamente mais letais. A resistência humana foi empurrada para o subsolo, onde ergueu uma cidade gigantesca nas profundezas da Terra. Nesse labirinto subterrâneo, encontra-se o distrito de Speranza.
É aqui que a nossa história realmente começa, assumimos o papel de um dos Raiders, onde temos que realizar incursões na superfície, buscar, saquear e catar todo e qualquer tipo de recurso que possa ser utilizado para manter o refúgio vivo. E é claro, retornar em segurança.
A “base de operações” em Speranza, onde podemos acessar vendedores de
equipamentos, construir nossas bancadas para produção de armas, material de cura e granadas se tornam não apenas um hub de missões, mas o último ponto em comum onde os sobreviventes podem planejar seus próximos passos.

Hora da extração
Arc Raiders segue o formato bem conhecido de tiro + extração. Temos mecânicas de gerenciamento de inventário e um sistema PVPVE, subimos à superfície, realizamos a coleta de recursos e, ao encher a mochila, podemos realizar a extração para Speranza através de elevadores espalhados pelo mapa.
Mas não se engane: há um limite de tempo para isso. Geralmente, cada partida tem duração máxima de 30 min, mas podemos entrar em partidas com o tempo bastante avançado.
De longe, o tempo não é nosso único inimigo. Na superfície, finalmente podemos
combater outros Raiders saqueadores e principalmente os ARC’s. Enquanto isso,
máquinas controladas por IA e uma das melhores inteligências artificiais utilizadas em um jogo.
E elas são extremamente agressivas; podem flanquear, subir escadas, pular em telhados, realizar emboscadas, coordenar ataques entre si e também se proteger. Receita completa para aniquilar jogadores novatos e/ou desavisados.

Progressão
Atualmente, o nível mais alto alcançado é o lv 75. Os pontos adquiridos podem ser
distribuídos em uma árvore de habilidades dividida em três aspectos: mobilidade,
sobrevivência e condicionamento.
Todos os itens que saqueamos nos dão XP, deixando a nossa jornada para alcançar os níveis mais altos mais natural. Claro, dependendo do local, o nível de XP pode variar.
Sinto que alguns pontos da árvore de habilidades não traz melhoras significativas no campo de batalha. Nosso personagem cansa com uma facilidade gigantesca, por exemplo, e o saque continua fazendo um barulho bem alto, mesmo com as passivas upadas no máximo.
Em contrapartida, as melhorias que fazemos nas armas mudam totalmente o jogo, principalmente para o PVP. Elas permitem aumentar a cadência de tiro, dano e durabilidade das nossas armas. Além disso, podemos acrescentar peças à parte, como silenciadores, coronha e empunhadura.

O gatilho pesa mais que o loot
Às vezes, não atirar em uma máquina é o mais prudente a ser feito. Essa escolha pode ser decisiva entre retornar em segurança ou perder todo o seu loot. Já o mapa não é lotado de inimigos, mas, de uma hora para outra, você pode ser surpreendido por vários ARCs.
O encontro com outros players pode acontecer a qualquer momento; ao meu ver, um dos pontos mais altos do jogo. Então, devemos estar atentos ao nosso redor, principalmente por eles nem sempre ocorrerem de forma amistosa. A partir disso, você pode arriscar contato pelo chat de proximidade do jogo (e quem sabe montar uma parceria) ou simplesmente ir para o combate.
Ao longo de mais de 50 horas de jogo, pude perceber que os Raiders são mais amistosos durante o modo solo. Dificilmente, em modo trios, você vai parar pra conversar; às vezes, atirar primeiro é sua melhor defesa.

Ambientação e som
Claramente, a equipe de devs caprichou nos cenários. O jogo está muito bonito e os detalhes, como pegadas em ambientes de lama e/ou areia, não foram deixados de lado.
Os mapas disponíveis até o momento são totalmente diferentes um do outro e incluem áreas de deserto, floresta, ruínas de cidades antigas e laboratórios de pesquisa. Cada ambiente tem suas peculiaridades, seja por meio de cenários abertos ou fechados.
A parte sonora de Arc Raiders é um espetáculo à parte e contemplam alarmes de carros, explosões e principalmente os nossos passos. Estar atento a esses sinais ajuda muito a saber de qual direção o perigo está vindo, pois todo tipo de interação gera algum tipo de som único.
Pude notar que os ARCs conseguem identificar os sons que fazemos, seja pelo voip do jogo ou simplesmente pelas interações que temos pelo cenário. De fato, as máquinas são muito sensíveis a barulhos de tiro, saque e passos.
E uma curiosidade: quando nosso Raider tomba em combate, é emitido um efeito sonoro de S.O.S. em código Morse. Esses detalhes tornam o jogo algo realmente digno de aplausos.

Arc Raiders vale a pena?
Sem dúvidas, o jogo é uma das grandes surpresas de 2025. Vale cada centavo gasto e entrega muito além do que esperamos por um valor bem acessível. Lógico que tem pontos a serem melhorados, mas nada que comprometa a experiência.
Confesso estar bem otimista com o que os desenvolvedores de Arc Raiders reservaram para o futuro. O jogo deve manter a pegada live service, no estilo Helldivers II, e, ao meu ver, tem tudo para ser tão grande quanto os seus concorrentes, desde que eles mantenham o suporte à comunidade que aderiu ao projeto com tanto carinho.



Análise super completa!! Parabéns!